Sentir prá Ver

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A Obra em seu contexto

Nessa imagem há edifícios dos dois lados da rua. À esquerda de quem observa o quadro, vemos um pedaço da fachada de uma construção de dois andares, seguida de um muro atrás do qual surge a copa de uma árvore. Ainda desse lado da rua, há uma mulher caminhando. À direita, do outro lado, observamos a fachada de outra construção de dois andares, seguida por um edifício cuja fachada se projeta mais acentuadamente para a rua, tornando-a mais estreita. Ao fundo, podemos ver a parte mais alta da torre da Giralda, um símbolo da cidade de Sevilha, na Espanha. 

Esse cenário lhe faz lembrar algum lugar conhecido? Como lhe parece o clima dessa cidade? Que sons poderíamos ouvir se estivéssemos lá?

Notamos, na pintura de Dario Barbosa, a tendência da arte em registrar as coisas como as vemos, representando o ambiente urbano, suas construções, a natureza e os efeitos de luz e sombra criados pela iluminação daquela hora do dia. Parece que o artista posicionou-se no meio da rua para registrar aquele instante da cidade de Sevilha.

Há em sua cidade alguma rua, construção ou monumento que você considere especial? O que torna esse lugar especial para você?

Poesia que acompanha a obra

A urbanização do regaço

João Cabral de Melo Neto

Os bairros mais antigos de Sevilha (…)
Com ruas feitas com pedaços de rua,
se agregando mal, por mal colados,
com ruas feitas apenas com esquinas
e por onde o caminhar fia quadrado,
eles têm abrigos e íntimos de corpo
nos recantos em desvão e escorçados.

Com ruas medindo corredores de casa
onde um balcão toca o do outro lado,
com ruas arruelando mais, em becos,
ou alargando, mas em mínimos largos,
os bairros mais antigos de Sevilha
criam o gosto pelo regaço urbanizado.(…)