Obras
Marinha
Almeida Junior
Marinha [uvas e pêssegos], sem data
São Paulo/SP, 1856 – São Paulo/SP, 1942
Óleo sobre tela
Doação Família Azevedo Marques, 1949
Bancada Acessível
Maquete tátil da obra
Maquete tátil da obra. Técnica mista.
Reprodução tátil em relevo
Reprodução tátil em relevo. Prancha
em resina texturizada.
Reprodução tátil em alto contraste
Reprodução tátil em alto contraste.
Esquema compositivo em borracha
texturizada
A Obra em seu contexto
Nessa imagem os elementos da natureza são representados por muitos planos. Um canal que conduz água do continente ao mar surge no canto inferior esquerdo de quem observa a tela e percorre a areia de forma sinuosa, contornando uma formação rochosa até desaparecer, mais ao fundo, em direção ao mar. A areia da praia é contornada pelas plantas rasteiras da costa e as montanhas ocupam os planos mais distantes da tela, estando encimadas por um vasto céu azul de poucas nuvens.Tente perceber os vários planos dessa paisagem explorando a maquete e o relevo que se encontram na base deste painel.
Repare bem na marinha aqui exposta e perceba de qual ponto de vista observamos a paisagem…
O ponto de vista escolhido pelo artista é a partir da areia da praia, tendo o mar à sua direita e a costa à sua esquerda.
Essa marinha foi pintada no Guarujá há mais de 100 anos, em 1895, por Almeida Junior, um artista brasileiro nascido na cidade paulistana de Itu. Sua formação em pintura iniciou-se quando tinha apenas dezenove anos, e sua habilidade técnica lhe rendeu muitos prêmios. Repare em alguns detalhes dessa marinha como: a espuma das ondas se desfazendo na areia, as texturas e as formas da natureza… Parece uma fotografia! E, sem traços da presença humana…
Você já esteve em alguma praia como essa? E em uma praia bastante movimentada, você já esteve? Já teve a chance de sentir o odor exalado pela maresia e pela umidade do ar? Pôde ouvir o barulho das ondas? Que outros perfumes e sons encontramos na praia?
Poesia que acompanha a obra
Mar
Rubem Braga
A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho.
O mar entrava pela maré e a maré entrava pela marola.
A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava.
O mar às vezes tinha espuma e às vezes não tinha.
(…)Três lagoas mexendo esvaziando e enchendo,
com uns rios no meio, às vezes uma porção de espumas,
tudo isso muito salgado, azul, com os ventos.(…)
Obra relacionada ao tema
Navarro Costa
Essa paisagem mostra o Porto de Leixões, construído em finais do século XIX, no norte de Portugal. A visão do artista parece ser feita a partir do mar. Há alguns barcos de pequeno porte localizados à esquerda, lembrando canoas paradas no porto. A água do mar é representada de forma muito colorida e transparente e nela podemos ver ondas, o reflexo dos barcos e das copas das árvores que se encontram mais atrás. Um pouco mais ao fundo, vemos o cais, uma ponte e uma série de árvores com folhas verdes e amarelas. Finalmente, no último plano, o céu.