Obras
Cena
Berth Worms
Saudades de Nápoles, 1895
Óleo sobre tela
Transferência Museu Paulista, 1905
Bancada Acessível
Maquete tátil da obra
Maquete tátil da obra. Técnica mista.
Reprodução tátil em relevo
Reprodução tátil em relevo. Prancha
em resina texturizada.
Reprodução tátil em alto contraste
Reprodução tátil em em alto contraste.
Esquema compositivo em borracha
texturizada
A Obra em seu contexto
Vemos nessa imagem um menino sentado, apoiando o braço esquerdo e a cabeça sobre um caixote de madeira. Suas roupas estão sujas e rasgadas e ele carrega um pedaço de pão na mão direita. A obra original foi pintada por Berthe Worms – uma artista francesa que vivia no Brasil. Berthe obedecia às regras realistas, pintando as coisas como via, e tinha preferência por retratar pessoas em cenas da vida cotidiana. Repare nos detalhes desse quadro: a ambientação, a posição corporal e a expressão do garoto retratado, os detalhes da roupa e objetos…
Você consegue imaginar onde estaria o garoto? O que ele estaria fazendo nesse lugar e posição? Como ele estaria se sentindo naquele momento?
O garoto parece um engraxate de rua em um momento de repouso. Sua postura e expressão lembram a de uma pessoa cansada, ou talvez distraída e envolvida por pensamentos e imaginação.
Saudades de Nápoles foi pintada em 1895. Nápoles é uma cidade no sul da Itália. O Brasil e, principalmente o Estado de São Paulo, recebeu, na virada do século XIX para o XX, uma grande quantidade de imigrantes italianos, atraídos pelo trabalho nas lavouras de café. Muitos acabaram vindo para a capital, São Paulo, trabalhar na indústria e, com isso, a esperança de uma vida melhor se transformava numa realidade dura e até mesmo injusta…
E hoje? Ainda há engraxates pelas ruas das cidades? Eles se parecem com esse garoto do quadro? Ainda temos crianças vivendo e trabalhando nas ruas? O que mudou na condição desses meninos mais de cem anos depois desse retrato ter sido pintado?
Poesia que acompanha a obra
Criança
Cecília Meireles
Cabecinha boa de menino triste,
de menino triste que sofre sozinho,
que sozinho sofre, — e resiste,
Cabecinha boa de menino ausente,
que de sofrer tanto se fez pensativo,
e não sabe mais o que sente…
Cabecinha boa de menino mudo
que não teve nada, que não pediu nada,
pelo medo de perder tudo. (…)
Obra relacionada ao tema
Di Cavalcanti
Essa cena foi pintada por um artista brasileiro chamado Di Cavalcanti. Di costumava trabalhar em suas obras temas e motivos ligados ao universo cultural brasileiro, explorando assuntos populares como: mulatas, passistas de escolas de samba, bailes de gafieira além de cenas do cotidiano das pessoas.